Ministério da Saúde Reinstala a Sala Nacional de Arboviroses

Sala Nacional de Arboviroses é reinstalada em substituição ao Centro de Operações de Emergência (COE)

Superada a situação emergencial, Ministério da Saúde mantém vigilância intensiva das arboviroses e trabalha no planejamento para evitar novas epidemias no país

O Ministério da Saúde desinstalou, nesta quarta-feira (3), o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública para Dengue e outras Arboviroses (COE) e reativou a Sala Nacional de Arboviroses. A partir de agora, a Sala Nacional de Arboviroses volta a funcionar de forma permanente no acompanhamento e no enfrentamento aos casos de dengue, chikungunya, Zika e febre do oropouche no país. No mesmo dia, foi publicado o último Informe Semanal do COE.

“Continuamos mobilizados para dar respostas coordenadas a essa emergência, mas estamos focados também no planejamento para enfrentar e evitar novas epidemias. A vigilância continuará atuando por meio da Sala Nacional de Situação, além das ações permanentes já realizadas pelo Ministério da Saúde”, afirma a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.

Foi divulgado também, nesta quinta-feira (4), o Boletim Epidemiológico, com a evolução do cenário das doenças em 2024, o balanço das ações realizadas pelo COE e os próximos passos de trabalho da equipe da Sala de Situação.

Plano de Enfrentamento da Dengue e Outras Arboviroses 2024/2025

O Ministério da Saúde está trabalhando na construção coletiva do Plano de Enfrentamento da Dengue e Outras Arboviroses 2024/2025, pautado em vigilância em saúde, manejo clínico, organização dos serviços de saúde, controle vetorial, lacunas de conhecimento para financiamento de pesquisas, comunicação e mobilização social. Esse plano conta com propostas de ações a serem implementadas a curto, médio e longo prazo. Participam da elaboração representantes de organismos internacionais, pesquisadores, gestores, sociedade civil, além da própria pasta.

Impacto das Mudanças Climáticas nas Arboviroses

Os últimos anos têm sido marcados por importantes registros de mudanças climáticas. Como consequência, cerca de 90 países tiveram aumento no número de casos suspeitos de dengue. Os efeitos das anomalias meteorológicas, a grande extensão territorial e o elevado contingente populacional colocam o Brasil em uma posição negativa em números absolutos. Porém, estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que, proporcionalmente, outros países apresentaram aumentos superiores ao observado no Brasil em relação ao mesmo período de 2023, como o México, o Paraguai e a sub-região do Caribe.

Ações de Enfrentamento à Dengue

Ainda em 2023, o Ministério da Saúde viabilizou R$ 256 milhões para reforçar a vigilância e a assistência dos estados e municípios; e, em 2024, mais R$ 241 milhões para 11 estados e 594 municípios que decretaram estado de emergência em saúde. Somente neste ano, foram enviados mais de 1,3 milhão de testes de sorologia, 905 mil testes de biologia molecular, 158 mil testes de biologia molecular para febre do oropouche, 118 mil quilos de biolarvicidas, 10 mil quilos de adulticida para pontos estratégicos e 274 mil litros de adulticidas para fumacê aos estados e municípios. Além disso, o Brasil é a primeira nação do mundo a disponibilizar vacina contra a dengue no sistema público de saúde, beneficiando 1920 municípios com vacina para o público-alvo de 10 a 14 anos.

Capacitação e Mobilização

Mais de 30 capacitações online para Agentes de Combates de Endemias (ACEs) e profissionais de saúde foram realizadas, totalizando mais de 50 mil acessos. Sete cursos a distância pela Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS), com mais de 60 mil inscritos e 30 mil concluintes também foram oferecidos. Diversos manuais técnicos foram atualizados em parceria com as secretarias estaduais e municipais de Saúde, e uma forte campanha midiática foi desenvolvida pelo Ministério da Saúde e com participação de outros ministérios, como o da Educação, para mobilizar a população.

Prevenção e Controle pela População

Os períodos de baixa incidência de casos de arboviroses são ideais para evitar a reprodução dos mosquitos transmissores. Nesse sentido, além de receber os agentes comunitários de saúde (ACSs) e de combate à endemias (ACEs) em suas casas, a população deve fazer a sua parte:

  • Uso de telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão;
  • Remoção de recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
  • Vedação dos reservatórios e caixas de água;
  • Desobstrução de calhas, lajes e ralos;
  • Participação na fiscalização das ações de prevenção e controle da dengue executadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
  • Por: Redação acsace.com.br Fonte: Ministério da Saúde