Condições de trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde - Seminário revela dados alarmantes

👇🏻👇🏻👇🏻 

Siga nosso Whatsapp AQUI

Seminário Debate Condições de Trabalho e Acesso à Saúde dos Agentes Comunitários de Saúde do Rio de Janeiro

ACS Rio de Janeiro, seminário sobre ACS, condições de trabalho ACS, mortalidade ACSs, saúde pública Rio de Janeiro, Agentes Comunitários de Saúde, EPSJV Fiocruz, estudo ACS, Sindacs-RJ, acesso à saúde ACS, saúde no SUS, agentes comunitários saúde 2025

Boletim Epidemiológico Revela Mortalidade Precoce entre ACSs

Durante o seminário “Um olhar sobre o acesso à atenção à saúde e as condições de trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) na Atenção Primária em Saúde (APS) Carioca”, promovido pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), foi apresentado um levantamento inédito sobre o perfil de mortalidade dos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) no município do Rio de Janeiro. O estudo revelou que 60% das 216 mortes registradas entre 2010 e 2024 poderiam ter sido evitadas com ações adequadas de atenção à saúde e melhoria nas condições de trabalho dos ACSs.

Seminário e Pesquisa sobre Condições de Trabalho dos ACSs

O evento, realizado em 1º de agosto de 2025, reuniu centenas de ACSs e discutiu as condições de trabalho e a falta de acesso à saúde dessa categoria essencial para o Sistema Único de Saúde (SUS). A pesquisa foi realizada em parceria com o Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde do Município do Rio de Janeiro (Sindacs-RJ) e visou, além da análise epidemiológica, entender os fatores que contribuem para o alto índice de mortalidade precoce entre esses profissionais.

Condições de Trabalho e Adoecimento dos ACSs

O boletim epidemiológico revelou que mais da metade dos ACSs possuem ao menos uma doença diagnosticada, com destaque para hipertensão arterial e questões relacionadas à saúde mental. A pesquisa também revelou que 52% dos ACSs desenvolveram doenças devido ao trabalho, sendo que 62,7% precisaram de afastamentos ou licenças médicas nos últimos dois anos.

📊 Fatores de Risco e Adoecimento

  • Estresse
  • Racismo institucional
  • Sobrecarga de trabalho
  • Falta de apoio psicológico e técnico
  • Exposição à violência nos territórios

Esses fatores estão diretamente relacionados ao sofrimento físico e mental dos ACSs, evidenciando a necessidade urgente de melhorias nas condições de trabalho e acesso à saúde dessa categoria.

Homenagens e Emocionante Abertura

A abertura do seminário foi marcada por homenagens a ACSs que perderam suas vidas precocemente. Durante o evento, foi exibido um vídeo em homenagem a esses profissionais e lida uma poesia da professora-pesquisadora Anna Violeta Ribeiro Durão, que emocionou os presentes.

Estatísticas Alarmantes sobre a Mortalidade dos ACSs

De acordo com o levantamento, o município do Rio de Janeiro registrou 216 mortes de ACSs entre 2010 e 2024. Destes óbitos, uma grande parte poderia ser evitada com melhores condições de trabalho e acesso a cuidados de saúde. O estudo também revelou uma alta mortalidade precoce, com muitos ACSs falecendo antes dos 59 anos, com uma maior concentração de óbitos entre mulheres negras, especialmente na faixa etária de 45 a 59 anos.

Perfil Demográfico dos ACSs no Rio de Janeiro

A pesquisa também abordou o perfil demográfico dos ACSs, destacando que a maioria da categoria é composta por mulheres negras e que as condições de saúde desses profissionais estão diretamente ligadas às condições precárias de trabalho, como excesso de jornada e falta de suporte emocional e técnico.

Declarações de Líderes e Representantes

Durante o seminário, líderes do Sindacs-RJ como o presidente Ronaldo Moreira e o diretor Wagner Souza destacaram que o boletim epidemiológico lançado é uma ferramenta importante para que a categoria continue a lutar por melhores condições de trabalho e acesso à saúde. Souza comentou sobre a crescente preocupação com o aumento de óbitos entre os ACSs, alertando que a categoria não está recebendo a devida atenção e cuidados necessários.

Este seminário e a pesquisa realizada pela EPSJV/Fiocruz revelam dados alarmantes sobre as condições de trabalho e saúde dos ACSs, que são a base do SUS e desempenham papel fundamental na atenção primária à saúde. O estudo evidencia a necessidade de uma política pública eficaz que garanta a saúde e segurança dos ACSs, profissionais essenciais para a promoção da saúde coletiva no Brasil.

Veja Também: Saúde dos Agentes e Guardas de Endemias em Audiência Pública



Por: Redação www.acsace.com.br Fonte: EPSJV/Fiocruz