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Fiocruz usa tecnologia para treinar agentes no combate à peste
Iniciativa leva testes rápidos, georreferenciamento e educação científica a municípios com focos naturais da doença
A Fiocruz Pernambuco, por meio do Serviço de Referência em Peste (SRP), está inovando na vigilância da peste bubônica no Brasil. Com o apoio do Ministério da Saúde, a instituição tem promovido treinamentos práticos com profissionais de saúde e de endemias em municípios onde ainda existem focos naturais da doença, como Exu, Triunfo e Santa Cruz da Baixa Verde, em Pernambuco.
Testes rápidos em cães auxiliam na detecção precoce
Durante o mês de junho, 34 agentes comunitários e de endemias foram capacitados no uso de um teste rápido desenvolvido pela Fiocruz, que permite detectar a peste em cães sentinelas. Com poucas gotas de sangue e um reagente, o teste revela o resultado em minutos, sem necessidade de laboratório ou equipamentos complexos.
Esses cães, embora não desenvolvam sintomas graves nem transmitam a doença, funcionam como indicadores de circulação da bactéria Yersinia pestis, auxiliando o monitoramento de áreas de risco.
Aplicativo Siss-Geo aprimora vigilância com geolocalização
Além da testagem, os profissionais foram capacitados para utilizar o aplicativo Siss-Geo (Sistema de Informação em Saúde Silvestre). A ferramenta permite georreferenciar as amostras coletadas em campo, mesmo em regiões sem internet. Assim que a conexão é retomada, os dados são integrados ao sistema, que pode gerar alertas automáticos, modelagens de risco e ações preventivas rápidas.
Educação e ciência na escola
Como parte da ação, a equipe da Fiocruz também visitou a Escola de Referência em Ensino Médio Barão de Exu, levando equipamentos de laboratório, materiais históricos e réplicas em 3D da bactéria e do vetor da peste, promovendo uma atividade de divulgação científica junto a estudantes e professores.
Retomada da vigilância contra a peste é estratégica
A peste bubônica, embora rara atualmente, ainda existe em focos naturais no Brasil e pode ser fatal se não tratada rapidamente. Por isso, a retomada das ações de vigilância é considerada urgente e estratégica por especialistas.
A consultora técnica do Ministério da Saúde, Marília Lavocat, destaca a importância de capacitar novas equipes, utilizar tecnologias modernas e manter o monitoramento constante. “Estamos redefinindo objetivos, incorporando novas tecnologias e capacitando equipes locais para fortalecer o monitoramento, a detecção precoce e a resposta rápida”, afirmou.
Os próximos estados a receberem o projeto, a partir de agosto, serão Alagoas e Bahia.
