Crescimento das Internações por SRAG Associado à Covid-19 em Idosos
O Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado em 9 de agosto de 2024, destaca um aumento preocupante no número de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associado à Covid-19 entre idosos em várias regiões do Brasil. Especificamente, os estados do Amazonas, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo estão vendo um crescimento significativo nesses casos. Esse aumento reforça a necessidade de vigilância contínua e de medidas preventivas para proteger essa faixa etária, especialmente diante da alta vulnerabilidade dos idosos ao vírus.
Situação no Nordeste e Outras Regiões
No Nordeste, estados como Ceará, Pernambuco e Piauí não apresentaram aumento nas internações entre idosos, mas a Covid-19 continua a ser a principal causa das internações registradas nas últimas semanas. Isso evidencia que, mesmo sem um crescimento acentuado de casos, a Covid-19 ainda exerce uma grande pressão sobre o sistema de saúde na região.
Em estados como Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, há sinais de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo. Na Bahia, o aumento é predominantemente entre crianças e adolescentes de até 14 anos, sendo associado ao rinovírus. Em Minas Gerais e Rio Grande do Sul, a situação é mais complexa, com o aumento de SRAG vinculado tanto à influenza quanto ao vírus sincicial respiratório (VSR).
Impacto do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e Outros Vírus Respiratórios
Além da Covid-19, o Boletim InfoGripe ressalta o impacto contínuo do vírus sincicial respiratório (VSR), especialmente em crianças de até dois anos. Embora tenha havido uma queda nas últimas semanas, o VSR permanece como a principal causa de internações e óbitos nessa faixa etária.
Outro vírus que merece atenção é o rinovírus, que continua a causar SRAG em crianças e adolescentes de até 14 anos. A presença desses vírus, junto com a Covid-19, cria um cenário desafiador para os sistemas de saúde, que precisam lidar com múltiplas ameaças ao mesmo tempo.
Tendências Nacionais e Internacionais
A análise agregada nacional aponta para uma queda nas tendências de longo e curto prazo das internações por SRAG, especialmente devido à diminuição dos casos causados por VSR e influenza A em muitos estados. No entanto, em algumas regiões, esses vírus ainda estão em ascensão, exigindo atenção contínua e respostas rápidas para evitar uma nova sobrecarga dos hospitais.
No cenário internacional, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o aumento da porcentagem de casos positivos para Covid-19 em 84 países nas últimas semanas. A Europa lidera em termos de atividade viral, seguida pelas Américas, indicando que a pandemia ainda não foi totalmente controlada em várias partes do mundo.
Evolução dos Casos de SRAG em 2024
Em 2024, já foram notificados 108.657 casos de SRAG no Brasil, sendo que quase metade (48,8%) dos casos tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Destes, 44,1% foram causados pelo VSR, 19,2% pela influenza A, 17,8% pelo Sars-CoV-2 (Covid-19) e 0,5% pela influenza B.
Entre os óbitos, a influenza A e o Sars-CoV-2 são responsáveis pela maior proporção de mortes, com 38% e 31,2% respectivamente. Esses dados ressaltam a importância de monitorar de perto a evolução dessas doenças e de adotar estratégias eficazes para prevenir a propagação dos vírus.
Diante dos dados apresentados pelo Boletim InfoGripe, fica claro que a situação da SRAG no Brasil continua a exigir atenção. Embora haja sinais de queda em algumas regiões, o aumento das internações entre idosos e o impacto persistente de outros vírus respiratórios, como o VSR, mostram que ainda estamos longe de superar completamente os desafios impostos pelas doenças respiratórias.
Por: Redação acsace.com.br Fonte: Agência Fiocruz