Alerta Sobre Transmissão Vertical do Vírus Oropouche Durante a Gravidez

Proteção de Gestantes e Recém-Nascidos: Ministério da Saúde Recomenda Intensificação da Vigilância para Transmissão Vertical do Vírus Oropouche

Imagem: Reprodução Freepik

O Ministério da Saúde (MS) emitiu uma recomendação aos estados e municípios para que intensifiquem a vigilância em saúde visando a possibilidade de transmissão vertical do vírus Oropouche. Esta medida foi tomada após a detecção de anticorpos do vírus em amostras de um caso de abortamento e quatro casos de microcefalia pelo Instituto Evandro Chagas. A descoberta reforça a necessidade de medidas preventivas adicionais para proteger gestantes e recém-nascidos contra essa infecção.

Contexto e Importância da Recomendação

Detecção do Vírus Oropouche

O vírus Oropouche é transmitido principalmente por insetos como os maruins e mosquitos. A recente detecção de anticorpos em casos de abortamento e microcefalia aponta para a possibilidade de transmissão vertical, ou seja, da gestante para o feto. Embora ainda não haja confirmação de que a infecção esteja diretamente relacionada ao óbito e às malformações neurológicas, a precaução é essencial.

Ampliação da Vigilância em Saúde

A recomendação do MS inclui a intensificação da vigilância nos meses finais da gestação e no acompanhamento dos bebês de mulheres que tiveram infecções por dengue, Zika, Chikungunya ou febre de Oropouche. Além disso, é orientado que sejam feitas coletas de amostras e preenchimento da ficha de notificação para um monitoramento mais eficaz.

Medidas de Proteção para Gestantes

Orientações para Evitar Áreas de Risco

Para proteger as gestantes, o MS recomenda evitar áreas com a presença de maruins e mosquitos. Isso pode ser feito instalando telas em portas e janelas, usando roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicando repelentes.

Educação e Conscientização

A conscientização da população sobre essas medidas de proteção é fundamental. As gestantes devem ser informadas sobre os riscos e as formas de prevenção para minimizar a exposição ao vírus Oropouche e outros arbovírus.

Expansão do Serviço de Detecção

Disponibilização de Testes Diagnósticos

Desde 2023, o serviço de detecção de casos de Oropouche foi ampliado para todo o país. O MS disponibilizou testes diagnósticos para toda a rede nacional de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen). Isso permitiu que os casos, anteriormente concentrados na Região Norte, fossem identificados em outras regiões do Brasil.

Resultados da Ampliação

A ampliação do serviço resultou na confirmação de 7.044 casos de Oropouche, com transmissão local em 16 estados. Esses números reforçam a eficiência da vigilância epidemiológica no SUS e a importância de antecipar diagnósticos para proteger gestantes e recém-nascidos.

Sintomas da Febre Oropouche

Manifestações Clínicas

A febre Oropouche é causada pelo arbovírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV). Os sintomas incluem febre de início repentino, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, tontura, dor na parte posterior dos olhos, calafrios, náuseas e vômitos. Em cerca de 60% dos pacientes, alguns sintomas, como febre e dor de cabeça, persistem por até duas semanas.

Tratamento e Prevenção

Não há tratamento específico para a febre Oropouche. A prevenção é feita por meio da proteção contra os mosquitos transmissores. Isso inclui o uso de repelentes, roupas protetoras e a instalação de telas em portas e janelas.

Histórico e Distribuição da Febre Oropouche

Primeiros Casos e Surtos

A febre Oropouche foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1960. Desde então, houve registros de casos isolados e surtos, principalmente na região amazônica. Além do Brasil, a doença foi registrada no Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela.

Casos Confirmados e Transmissão

Com a ampliação da investigação no Brasil, foram confirmados 7.044 casos de febre Oropouche, com transmissão local em 16 estados. Isso evidencia a necessidade de uma vigilância contínua e eficiente para controlar a disseminação do vírus.

Confira a Recomendação: NOTA TÉCNICA Nº 15/2024-SVSA/MS 

Por: Redação acsace.com.br Fonte: Ministério da Saúde