Cuidados Essenciais: O Papel Vital dos Agentes Comunitários de Saúde para Idosos Vulneráveis
O Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli (Claves) da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) recentemente divulgou os resultados de uma pesquisa impactante durante um evento na Escola. A pesquisa intitulada "Terapeuta da Vida: Agentes Comunitários de Saúde frente a Idosos e Vulneráveis" foi conduzida por Cecília Minayo, Patrícia Constantino, Raimunda Mangas e Telma Freitas, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Este estudo lança luz sobre a assistência à saúde dos idosos, destacando o papel crucial dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e ressaltando a urgência na formulação da Política de Proteção à Pessoa Idosa Dependente.
Trabalho Incansável dos Agentes Comunitários de Saúde
A pesquisa, realizada com 100 ACS em diversas áreas do Rio de Janeiro, revela a dedicação e esforço incansáveis desses profissionais, em sua maioria, mulheres e homens que formam o elo sensível do Sistema Único de Saúde (SUS) nas comunidades. Cecília Minayo, pesquisadora emérita da Fiocruz, destaca que os ACS desempenham um papel crucial desde antes da criação da Estratégia de Saúde da Família, promovendo visitas domiciliares para estabelecer vínculos e incorporar as necessidades de saúde ao SUS.
Cuidados Específicos com os Idosos
Os Agentes Comunitários de Saúde desempenham um papel vital no cuidado aos idosos, tanto autônomos quanto dependentes. A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa de 2006 categoriza os idosos em duas classes: aqueles com vida ativa e independente e os dependentes de ajuda constante. Surpreendentemente, 75% dos idosos dependentes dependem exclusivamente dos serviços do SUS, destacando a responsabilidade do sistema público.
foto: Informe Ensp
Desafios e Propostas de Melhoria
O estudo "Terapeuta da Vida" aborda desafios significativos enfrentados pelos ACS, especialmente ao lidar com idosos em situações de fragilidade física, mental ou social. A pesquisa se estrutura em tópicos relevantes, como a sociogeografia do trabalho dos ACS, o perfil dos idosos atendidos e a desestabilização do sistema de saúde devido à pandemia.
Diante dessas experiências, os ACS propõem ações efetivas para melhorar o cuidado aos idosos frágeis e dependentes. Isso inclui a criação de indicadores específicos para avaliar a atenção ao idoso, a ampliação do Programa de Atenção Domiciliar ao Idoso (PADI) e a priorização dos idosos no agendamento de consultas. Outras propostas englobam a conscientização sobre envelhecimento saudável, a inclusão de geriatras nas equipes de saúde e a promoção de formações especializadas para cuidadores.
Urgência na Formulação da Política de Proteção à Pessoa Idosa Dependente
Cecília Minayo ressalta a importância urgente da formulação da Política de Proteção à Pessoa Idosa Dependente. Ela destaca a necessidade de investimentos crescentes em políticas inovadoras para aprimorar a competência no cuidado, enfatizando a corresponsabilidade entre o Estado, a sociedade e a família.
O evento de apresentação dos resultados contou com a participação das pesquisadoras Cecília Minayo e Patrícia Constantino, representantes do Claves/Ensp/Fiocruz, além de Raimunda Mangas e Telma Freitas, da Abrasco. A presença dos ACS no evento fortaleceu a colaboração para traçar propostas efetivas no cuidado com os idosos, especialmente aqueles em situação de fragilidade e dependência.
Por: Redação acsace.com.br
Fonte: Agência FioCruz