Após Três Anos, Brasil Registra Morte por Coqueluche: Vacinação é a Melhor Arma Contra a Coqueluche
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Paraná confirmou uma morte por coqueluche em Londrina. A vítima, um bebê de seis meses, representa o primeiro óbito registrado no Brasil após três anos sem mortes pela doença, conforme dados do Ministério da Saúde. Antes desse caso, o último óbito por coqueluche no país ocorreu em 2020, com 12 mortes registradas em 2019. Além desse triste evento, a secretaria paranaense está investigando uma segunda morte suspeita por coqueluche: um bebê de três meses residente em Irati.
Coqueluche: Uma Infecção Respiratória Grave
A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Na fase inicial, seus sintomas se assemelham muito aos de uma gripe comum, o que pode dificultar o diagnóstico precoce. A transmissão ocorre pelo contato com secreções de uma pessoa infectada, seja por meio de objetos contaminados ou gotículas expelidas durante a fala ou a tosse.
Sintomas e Diagnóstico
Nos primeiros dias, a coqueluche pode ser confundida com um resfriado, apresentando sintomas como coriza, febre leve e tosse moderada. Com a progressão da doença, a tosse torna-se mais intensa e pode durar semanas, acompanhada de crises de tosse que dificultam a respiração e podem levar ao vômito. Em bebês, a coqueluche pode ser particularmente perigosa, causando complicações graves como pneumonia, convulsões e até lesões cerebrais.
Grupos de Risco
Os grupos mais vulneráveis a manifestações graves da coqueluche são os bebês com até seis meses de idade. A infecção nesses pequenos pode levar a complicações sérias, como desidratação, pneumonia, convulsões e lesão cerebral. Por isso, a mortalidade é mais alta entre os bebês quando comparada a outros grupos etários. É crucial destacar que a coqueluche é uma doença prevenível por vacinação.
Vacinação: A Melhor Prevenção
A vacina pentavalente, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), protege contra a coqueluche e outras doenças. A imunização deve ser administrada em três doses: aos 2, 4 e 6 meses de vida, com intervalos de 60 dias entre as doses. Além da pentavalente, a vacina tríplice bacteriana acelular (dTpa) é oferecida gratuitamente para profissionais de saúde e gestantes a partir da 20ª semana de gravidez.
Aumento de Casos em 2024
Em 2024, o Brasil enfrenta uma alta no número de casos de coqueluche, especialmente nos estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Em São Paulo, foram registrados 194 casos; no Paraná, 36 casos; e em Minas Gerais, 35 casos. Esses números refletem uma tendência de recrudescimento da doença em momentos de maior vulnerabilidade da população. O último grande surto no Brasil ocorreu em 2014, com 8.614 casos registrados.
Fatores Contribuintes para os Surtos
Segundo a infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Raquel Stucchi, os surtos de coqueluche acontecem quando a cobertura vacinal está abaixo da meta. A baixa adesão à vacinação pode deixar a população mais exposta ao ressurgimento da doença.
Importância do Reforço Vacinal
A imunidade conferida pela vacina não é permanente. O Ministério da Saúde alerta que, após 5 a 10 anos da última dose, a proteção pode ser insuficiente ou inexistente. Mesmo aqueles que já foram infectados pela bactéria da coqueluche podem perder a imunidade com o tempo. A infectologista Raquel Stucchi recomenda que todos os adultos recebam o reforço da tríplice bacteriana a cada 8 ou 10 anos. No entanto, essas doses ainda não fazem parte do calendário de vacinação para adultos no Brasil.
Vacinação de Contato
Existe a recomendação de que pessoas que convivem com bebês — pais, avós, cuidadores — recebam a vacina tríplice bacteriana, se possível. Esta estratégia, conhecida como vacinação de contato, ajuda a criar uma barreira de proteção ao redor dos bebês, que são os mais vulneráveis à doença.
Medidas Adicionais de Prevenção
Além da vacinação, outras formas eficazes de evitar a transmissão da coqueluche incluem:
Uso de Máscaras
O uso de máscaras é recomendado para pessoas com sintomas respiratórios, ajudando a reduzir a disseminação de gotículas infectadas.
Atenção Médica
Buscar atendimento médico imediato caso a tosse persista por mais de dez dias é crucial para o diagnóstico e tratamento precoce da coqueluche.
Higiene Pessoal
Manter boas práticas de higiene, como lavar as mãos frequentemente e evitar compartilhar utensílios, também são medidas importantes para prevenir a propagação da infecção.
Por: Redação www.acsace.com.br Fonte: CNN