Mudanças Climáticas e Desmatamento Aumentam Risco de Dengue

Expansão da Dengue no Brasil: Impactos das Mudanças Climáticas e do Desmatamento

Imagem: Divulgação

Influência das Mudanças Climáticas na Propagação da Dengue

As crescentes incidências de dengue no Brasil estão intimamente ligadas às mudanças climáticas e aos impactos do desmatamento. De acordo com um estudo publicado no portal Scientific Reports da Nature, intitulado "Mudanças climáticas, anomalias térmicas e a recente progressão da dengue no Brasil", o pesquisador Christovam Barcellos, do Observatório de Clima e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), revela importantes correlações entre os eventos climáticos extremos e a disseminação da doença.

Expansão da Dengue para Regiões Anteriormente Não Afetadas

O estudo destaca a expansão da dengue para regiões do Sul e Centro-Oeste do Brasil, onde a doença não era tão prevalente. Essa disseminação é atribuída ao aumento na frequência de eventos climáticos extremos, como secas e inundações, que favorecem as condições ideais para a proliferação do mosquito transmissor.

Impactos do Aumento das Temperaturas

Barcellos ressalta que em estados como Paraná, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul, o aumento das temperaturas tornou-se quase permanente. O prolongamento dos períodos de calor acima da média durante o verão tem impulsionado a transmissão da dengue, tanto pela maior atividade do mosquito quanto pelo aumento da circulação de pessoas em áreas afetadas.

Papel do Desmatamento e Degradação Ambiental

O desmatamento e a degradação ambiental, especialmente no Cerrado, têm contribuído significativamente para o aumento da incidência da dengue. A conversão de florestas em pasto, as queimadas e a expansão das áreas urbanas em regiões anteriormente preservadas têm criado ambientes propícios para a reprodução do mosquito Aedes aegypti.

Desafios nas Áreas Urbanas

Nas áreas urbanas do Cerrado, onde já existem ilhas de calor e condições precárias de saneamento, a situação se agrava. A combinação de altas temperaturas, desmatamento e falta de infraestrutura adequada dificulta os esforços de controle do mosquito transmissor da dengue.

Metodologia do Estudo e Perspectivas Futuras

O estudo utilizou técnicas avançadas de mineração de dados para analisar a relação entre anomalias térmicas, fatores demográficos e mudanças nos padrões de incidência de dengue ao longo de duas décadas. Assinado também pelos pesquisadores Vanderlei Matos, do Observatório de Clima e Saúde do Icict/Fiocruz, e Rachel Lowe e Raquel Martins Lana, do Centro de Supercomputação de Barcelona, o estudo destaca a importância da cooperação técnica internacional para compreender e enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas na saúde pública brasileira.

Por: Redação acsace.com.br

Fonte: Agência Fiocruz

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