Manuais reúnem orientações para coleta de formas imaturas e adultas de mosquitos silvestres transmissores de febre amarela e malária.
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) lançou recentemente dois guias que podem ser úteis para os serviços de vigilância em todo o país na implementação e aprimoramento do monitoramento de vetores da febre amarela e da malária. Os guias, intitulados "Procedimento Operacional Entomológico: Febre Amarela" e "Procedimento Operacional Entomológico: Malária", oferecem diretrizes para a coleta de mosquitos transmissores dessas doenças em seus estágios imaturos e adultos.
Esses procedimentos foram desenvolvidos a partir da pesquisa realizada por Claulimara Lopes Moreira como parte de seu mestrado profissional no Programa de Pós-Graduação em Vigilância e Controle de Vetores do IOC. Ela foi orientada por Nildimar Honório, pesquisadora do Laboratório das Interações Vírus Hospedeiros do Instituto, e ambas são coordenadoras e autoras dos guias. Os guias estão disponíveis para download gratuito e seguem as diretrizes preconizadas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Durante o evento de lançamento, pesquisadores, gestores e agentes de combate às endemias do município de Macaé destacaram a importância desses guias para as atividades de vigilância entomológica. Claulimara explicou que a iniciativa surgiu após o surto de febre amarela em 2017, quando ficou evidente a falta de orientações práticas para a coleta de mosquitos silvestres. Ela enfatizou que esses guias foram elaborados com base nas experiências e dificuldades enfrentadas no campo.
Nildimar Honório, entomologista e coordenadora do Nosmove, ressaltou a importância das parcerias e do compromisso com a saúde pública na criação desses guias. Ela enfatizou que, com profissionais bem preparados, ferramentas adequadas e inovações alinhadas com as orientações do Ministério da Saúde e da Opas, é possível fortalecer a vigilância entomológica e reduzir o impacto de doenças como febre amarela e malária.
Profissionais da Secretaria Municipal de Saúde e agentes de combate às endemias de Macaé contribuíram para a elaboração dos guias, participando de atividades de campo, testando os procedimentos e compartilhando suas experiências práticas. A equipe técnica responsável pela elaboração dos guias incluiu profissionais do IOC, do Núcleo Operacional Sentinela de Mosquitos Vetores da Fundação Oswaldo Cruz (Nosmove/Fiocruz), da Cevas/Macaé e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Cada guia é dividido em nove capítulos e aborda as características das doenças e dos vetores, os principais métodos e armadilhas para coleta de mosquitos, além de fornecer detalhes sobre procedimentos, materiais necessários, recomendações para atividades de campo e bibliografia relevante. O projeto contou com financiamento da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) e recebeu apoio da Prefeitura de Macaé, do Nosmove e do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Nupem/UFRJ).
Fonte: Fiocruz