Sorotipo 3 da Dengue e Oropouche- Ministério da Saúde Emite Nota Técnica

Ministério da Saúde Reforça Ações de Enfrentamento às Arboviroses em 2025 com Nota Técnica para Gestores Municipais

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O Ministério da Saúde divulgou, em 3 de janeiro de 2025, uma nota técnica com recomendações a gestores municipais e estaduais sobre as medidas necessárias para combater o aumento das arboviroses (dengue e chikungunya). O aumento dos casos de dengue e chikungunya durante 2024 e as projeções para 2025 exigem um esforço conjunto das autoridades para monitorar o cenário epidemiológico, prevenir novas infecções e preparar a rede de saúde para atender a uma demanda crescente.

Cenário Epidemiológico em 2024 e Projeções para 2025

De acordo com o documento, modelagens preditivas indicam um cenário de incidência elevada de arboviroses em 2025, especialmente em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná. O fenômeno El Niño pode agravar a situação, favorecendo o aumento de chuvas e temperaturas, condições ideais para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor dessas doenças.

Aumento da Circulação do Sorotipo 3 da Dengue e Oropouche

A nota técnica também alerta para a circulação do sorotipo 3 da dengue, um subtipo que não circulava de forma significativa no Brasil desde 2008  ou a emergência de novos vírus como Oropouche, que podem vir a ser notificados como dengue. Nos últimos meses de 2024, o sorotipo 3 foi identificado com maior incidência nos estados do Amapá, São Paulo e Minas Gerais. Essa mudança pode resultar em mais casos de dengue, já que a maior parte da população não possui imunidade contra esse sorotipo.

Ações de Prevenção e Controle

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, enfatiza a importância da integração entre os entes federados (União, estados e municípios) para enfrentar esse desafio. "É fundamental que todos os níveis de governo atuem de forma coordenada. O Ministério da Saúde tem investido em diversas ações preventivas, mas os estados e municípios precisam se preparar adequadamente para o aumento de casos", afirmou.

Plano Nacional de Ação contra Arboviroses

Desde 2023, o Ministério da Saúde tem implementado ações para reduzir os impactos das arboviroses. Entre as medidas estão:

  • Ampliação de recursos para vigilância, assistência à saúde e controle vetorial.
  • Fortalecimento da Sala Nacional de Arboviroses, que voltou a operar em 2024.
  • Criação do Plano Nacional de Ação para a redução dos impactos de doenças como dengue, com estratégias focadas em prevenção, controle de vetores e preparação das redes de saúde.
  • Investimentos superiores a R$ 9 bilhões entre 2023 e 2024 para ações de saúde pública e capacitação de profissionais.
  • Incorporação da vacina contra dengue no Sistema Único de Saúde (SUS), além de novas tecnologias para controle de vetores, como o método Wolbachia e técnicas de inseto estéril.

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Recomendações de Ações para Gestores Locais

A nota técnica recomendou aos gestores locais medidas específicas para combater a propagação de arboviroses em 2025:

1. Monitoramento e Notificação

Os casos suspeitos de dengue e chikungunya devem ser notificados imediatamente no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

2. Investigação de Óbitos

É necessário investigar com prioridade óbitos suspeitos para reorganizar os fluxos de atendimento e evitar novas fatalidades.

3. Controle Vetorial

Realizar visitas domiciliares, eliminar criadouros e aplicar borrifação residual em áreas de grande circulação para bloquear a transmissão.

4. Organização dos Serviços de Saúde

Ampliar horários de atendimento e garantir a organização da atenção básica para casos leves e leitos para casos graves.

5. Capacitação Profissional

Capacitar equipes de saúde para diagnóstico e manejo clínico de arboviroses.

6. Orientação à População

Orientar a população sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypti em domicílios e a busca imediata por atendimento médico em caso de sintomas como febre, dores no corpo e articulações.

A Participação da Comunidade

A participação ativa da comunidade é essencial no controle das arboviroses, já que cerca de 75% dos focos de Aedes aegypti estão dentro das residências. A população deve ser engajada para contribuir na eliminar criadouros e na busca rápida por cuidados médicos.

Dados de Arboviroses em 2024

Em 2024, o Brasil registrou 6.486.639 casos prováveis de dengue, um aumento de 303% em relação a 2023. O estado de São Paulo teve um aumento expressivo, com casos quatro vezes maiores do que no ano anterior. Além disso, os casos de chikungunya aumentaram 68,9%, com 267.352 notificações no ano.


Confira a Nota na Íntegra AQUI


Por: Redação www.acsace.com.br Fonte: Ministério da Saúde