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Estudo Mostra Que Transferência de Renda Reduziu Mortes por Tuberculose
Um estudo publicado na renomada revista Nature Medicine nesta sexta-feira, 3 de janeiro de 2025, revelou que o Bolsa Família (PBF), programa federal de transferência condicional de renda, foi fundamental para a redução de mais de 50% das mortes por tuberculose (TB) entre pessoas em extrema pobreza e populações indígenas no Brasil. Este estudo foi coordenado por instituições de pesquisa brasileiras e internacionais, como o Instituto de Saúde Coletiva (ISC/Ufba), o Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e o Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal).
A Contribuição do Bolsa Família para a Redução de Casos de Tuberculose
O Bolsa Família tem se mostrado uma ferramenta eficaz não apenas no combate à pobreza, mas também na melhoria das condições de saúde das famílias em situação de vulnerabilidade. O estudo analisou dados de 54,5 milhões de brasileiros de baixa renda entre 2004 e 2015, comparando a incidência, mortalidade e taxa de letalidade de tuberculose entre aqueles que receberam o benefício e os que não receberam.
Os resultados indicam uma redução de mais de 50% nos casos e mortes por tuberculose entre as populações mais pobres e uma redução ainda mais significativa entre as populações indígenas, com uma redução superior a 60%. Embora o efeito do programa tenha sido positivo em todos os grupos, ele foi mais marcante nas populações mais vulneráveis, como os indígenas e os extremamente pobres.
Como o Bolsa Família Impacta as Condições de Saúde
Segundo Gabriela Jesus, coautora do estudo, o impacto do Bolsa Família no controle da tuberculose pode ser atribuído à melhoria no acesso à alimentação de qualidade, o que reduz a insegurança alimentar e a desnutrição — fatores críticos para o desenvolvimento da doença. Além disso, o programa também fortalece o sistema imunológico dos beneficiários e reduz as barreiras ao acesso à assistência médica, facilitando o diagnóstico e o tratamento da doença.
Resultados Significativos para Políticas Públicas
Os dados do estudo mostram que, embora o Bolsa Família tenha reduzido as mortes por tuberculose, a taxa de letalidade (o número de pessoas diagnosticadas que morrem) foi mais baixa entre os beneficiários do programa em comparação aos não beneficiários, o que sugere um efeito positivo do programa na sobrevida de pessoas com tuberculose.
Este estudo não apenas comprova a eficácia do programa no Brasil, mas também aponta para um possível modelo a ser seguido em outros países com altas taxas de tuberculose e desigualdades sociais. A mensagem é clara: programas de transferência de renda podem ser uma estratégia eficaz para combater doenças infecciosas e reduzir desigualdades de saúde.
Implicações Globais para o Combate à Tuberculose
O estudo tem implicações globais para políticas de saúde pública, especialmente em países com alta carga de tuberculose. Segundo Davide Rasella, coordenador da pesquisa, os programas de proteção social não apenas reduzem a pobreza e a desnutrição, mas também desempenham um papel fundamental na eliminacão da tuberculose e no cumprimento das Metas de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).
Após a pandemia de Covid-19, que aumentou o número de casos de tuberculose entre as populações vulneráveis, a expansão de programas como o Bolsa Família pode ser fundamental para enfrentar os desafios no controle da doença e melhorar a saúde pública, principalmente em contextos de alta vulnerabilidade social.
Por: Redação www.acsace.com.br Fonte: Agência Fiocruz