Febre Oropouche: Estudo alerta sobre riscos do Vírus na gestação

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Consórcio Zika Brazilian Cohorts alerta para riscos da infecção por Oropouche na gestação

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Imagem: Reprodução Internet

Um estudo publicado no periódico The Lancet Infectious Diseases trouxe à tona a necessidade urgente de atenção aos riscos de transmissão vertical do vírus Oropouche, especialmente em gestantes. O artigo, escrito por especialistas do Zika Brazilian Cohorts (ZBC), destaca as lições aprendidas a partir da experiência com o vírus Zika e enfatiza a importância de respostas rápidas para enfrentar possíveis ameaças à saúde materno-fetal.

O que é o vírus Oropouche e como ele afeta gestantes?

O vírus Oropouche é uma arbovirose transmitida por mosquitos da espécie Culicoides paraenses, conhecidos como maruins. Embora tenha sido identificado principalmente em países da América Latina e Caribe, a transmissão vertical (da mãe para o feto) é uma preocupação crescente, pois casos de natimortos e neonatos com microcefalia associada ao vírus já foram registrados. Isso eleva as preocupações sobre os potenciais riscos à saúde das gestantes e seus bebês.

De acordo com os pesquisadores, “ainda há poucas evidências científicas para confirmar esses riscos”, o que aponta para a necessidade urgente de mais pesquisas sobre a infecção. A falta de dados robustos sobre a relação entre a infecção por Oropouche e os danos à saúde fetal requer uma investigação mais profunda.

Lições aprendidas com o vírus Zika

Os cientistas do ZBC, com a contribuição de pesquisadores da Fiocruz Bahia, como Isadora Siqueira, Maurício Barreto e Bethânia Almeida, trazem uma perspectiva crítica sobre as lições aprendidas durante a pandemia de Zika. Esses estudos sobre o Zika vírus mostraram a importância da resposta rápida e colaborativa no enfrentamento de novas ameaças virais. A experiência acumulada com a síndrome congênita associada ao Zika serve como base para entender os possíveis impactos do Oropouche na gestação.

Recomendação para investigar a febre Oropouche

O estudo enfatiza que, assim como no caso do Zika, é crucial estabelecer estratégias eficazes para investigar a febre Oropouche e seus efeitos no desenvolvimento fetal. Entre as principais recomendações, destacam-se:

  • Centralizar a expertise local de pesquisadores e profissionais de saúde pública para entender melhor as características do surto.
  • Promover uma cultura de colaboração para facilitar o compartilhamento de dados entre pesquisadores e autoridades de saúde.
  • Fortalecer a vigilância sobre o Oropouche, implementando definições diagnósticas claras.
  • Conduzir estudos epidemiológicos para investigar a causalidade e as consequências da infecção congênita pelo Oropouche.

A importância de uma resposta científica rápida

Para os especialistas, a resposta à epidemia de Oropouche deve ser rápida, multidisciplinar e transparente. “A pesquisa sobre o vírus Oropouche deve se concentrar em intervenções que diminuam os riscos de infecções congênitas e seus impactos na saúde pública.”

As ações devem, ainda, se basear em lições aprendidas com a pesquisa sobre o Zika, visando sempre proteger as comunidades afetadas e garantir que respostas científicas e éticas sejam implementadas de forma ágil.


Por: Redação www.acsace.com.br Fonte: Agência Fiocruz