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Surto de Febre Oropouche na Amazônia: Pesquisa Revela Nova Linhagem Viral
Nova Linhagem Viral Identificada
Uma recente pesquisa da Fiocruz revelou que o surto de febre Oropouche na região amazônica, o mais extenso já documentado, foi provocado por uma nova linhagem viral chamada ‘OROV BR-2015-2024’. Este estudo, publicado de forma acelerada na revista Nature Medicine, destaca a importância do acesso rápido às descobertas científicas.
Detalhes da Pesquisa
O estudo analisou amostras de 382 casos entre agosto de 2022 e fevereiro de 2024 nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Durante esse período, foram contabilizados mais de seis mil casos em 140 municípios da Região Norte.
Características da Nova Linhagem
Origem e Disseminação
Os pesquisadores acreditam que a nova linhagem emergiu entre 2010 e 2014, possivelmente devido a rearranjos genéticos entre cepas brasileiras e outras da América do Sul. A linhagem foi identificada em Tefé, Amazonas, e na Guiana Francesa.
Impactos Genéticos e Epidemiológicos
Felipe Naveca, virologista e líder da pesquisa, alerta que a nova cepa pode reduzir a proteção em indivíduos previamente infectados. Além disso, estudos preliminares indicam que essa linhagem se replica mais rapidamente nas células.
Fatores Contribuintes para a Epidemia
Mudanças Climáticas e Desmatamento
O estudo destaca o impacto de eventos climáticos, como inundações e secas, exacerbados por fenômenos como La Niña e El Niño, na transmissão da febre Oropouche. O desmatamento na Amazônia, iniciado em 2018, também é um fator crucial na disseminação da doença.
Padrão Sazonal e Deslocamento do Vírus
O estudo confirmou o padrão sazonal da febre Oropouche. Segundo os cientistas, foi observada alta disseminação do vírus nas estações chuvosas e transmissão baixa, embora persistente, nas estações secas. Este padrão pode ser explicado pela maior proliferação do vetor do agravo no período chuvoso, uma vez que o inseto Culicoides paraensis, popularmente chamado de maruim ou mosquito-pólvora, se reproduz em ambientes com matéria orgânica úmida.
Ao analisar características genéticas dos vírus e os locais de registro de casos, os pesquisadores observaram que o espalhamento da doença ocorreu pela combinação entre deslocamentos de vetores e de seres humanos infectados. Em cerca de dois terços dos casos, a dispersão do vírus foi compatível com o alcance de voo dos insetos, ficando abaixo de 2 km por dia. No entanto, em aproximadamente um terço dos registros, foi observada uma dispersão de mais de 10 km por dia, indicando associação com o deslocamento humano.
Importância da Vigilância Epidemiológica
Monitoramento Genético
O sequenciamento de 382 genomas completos é um marco para a vigilância genômica do vírus. O protocolo desenvolvido pela Fiocruz facilita o monitoramento em todo o Brasil.
Necessidade de Diagnóstico Preciso
A vigilância é essencial, especialmente em um ano com mais de seis milhões de casos de dengue. A detecção laboratorial é crucial para identificar casos de febre Oropouche, dado que seus sintomas são semelhantes.