Caso de Anomalia Congênita e Óbito de Bebê no Acre Associada a Transmissão Vertical do Oropouche
O Ministério da Saúde relatou, recentemente, um caso preocupante de anomalia congênita associado à transmissão vertical do vírus Oropouche em um bebê nascido no Acre. A situação levantou alertas sobre os perigos dessa doença, que tem se disseminado rapidamente em diversas regiões do Brasil.
Caso de Óbito em Bebê no Acre
Hoje, quinta-feira (8), o Ministério da Saúde divulgou que um bebê do Acre, nasceu com múltiplas anomalias congênitas e veio a óbito após 47 dias de vida. Segundo a mãe, de 33 anos, ela apresentou manchas no corpo e febre durante o segundo mês de gestação. Exames laboratoriais no pós-parto apontaram para febre oropouche.
Esses sintomas iniciais passaram despercebidos como sinais de uma possível infecção pelo vírus Oropouche, o que acabou gerando consequências graves para o recém-nascido.
"Exames realizados nos laboratórios do Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS), em Belém, apontaram a existência de material genético do vírus em diferentes tecidos do bebê que nasceu com microcefalia, malformação das articulações e outras anomalias congênitas."
Ministério da Saúde, em nota
Após o parto, exames laboratoriais realizados pelo Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS), em Belém, detectaram material genético do vírus Oropouche em diversos tecidos do bebê, que apresentava microcefalia, malformação das articulações e outras anomalias congênitas. Embora outras causas tenham sido descartadas, as autoridades de saúde ressaltam que ainda é necessária uma investigação mais aprofundada para estabelecer uma correlação direta entre a infecção e as malformações. A Secretaria do Estado de Saúde do Acre também acompanha o caso.

Propagação da Febre Oropouche no Brasil
A febre Oropouche é uma doença causada pelo vírus Oropouche, transmitido principalmente pelo inseto Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. Em 2024, o Brasil já registrou 7.497 casos de febre Oropouche em 23 estados, com maior concentração de casos nos estados do Amazonas e Rondônia.
Além do Acre, onde foi registrado o óbito do bebê, outros estados também enfrentam graves consequências da disseminação do vírus. Na Bahia, dois óbitos foram confirmados, ambos em pacientes jovens, sem comorbidades, que apresentaram sintomas semelhantes aos de uma dengue grave. Outro óbito está sob investigação em Santa Catarina.
Medidas de Prevenção e Controle
Dada a gravidade dos recentes casos, o Ministério da Saúde adotou diversas medidas para enfrentar a situação. Entre as ações está a criação de uma Sala Nacional de Arboviroses, onde a ministra da Saúde, Nísia Trindade, tem realizado reuniões com especialistas e gestores das áreas de vigilância e assistência à saúde para discutir estratégias de combate à doença.
Além disso, o ministério anunciou a realização de um seminário científico nacional sobre a febre Oropouche na próxima semana, a fim de discutir os recentes casos de transmissão vertical e as implicações para a saúde pública. Também será emitida uma nota técnica com orientações para os estados e municípios sobre vigilância, análise e assistência em saúde para gestantes e recém-nascidos com sintomas compatíveis com a doença.
Sintomas e Diagnóstico da Febre Oropouche
Os sintomas da febre Oropouche são similares aos de outras arboviroses, como dengue e chikungunya, o que pode dificultar o diagnóstico. Entre os principais sintomas estão: dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações, náuseas e diarreia. Até o momento, não existem terapias específicas para o tratamento da febre Oropouche, sendo o manejo clínico focado no alívio dos sintomas.
Prevenção em Gestantes
Para gestantes, que são especialmente vulneráveis às complicações da febre Oropouche, o Ministério da Saúde recomenda algumas medidas preventivas essenciais para reduzir o risco de picadas pelo vetor:
- Uso de repelentes adequados durante toda a gestação;
- Evitar áreas de exposição na pele, usando roupas que cubram a maior parte do corpo;
- Instalar telas em portas e janelas para impedir a entrada do vetor;
- Evitar a circulação em áreas de mata e outras regiões com alta concentração de mosquitos;
- Restringir a exposição em horários críticos, principalmente entre 16h e 18h, período de maior atividade do vetor.
Confira as Perguntas e Respostas Sobre o Vírus Oropouche - Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)
Por: Redação acsace.com.br Fonte: UOL