Saúde instala Centro de Operações de Emergência em Saúde para ações de resposta à Mpox
A Mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, é uma doença viral zoonótica que vem preocupando autoridades de saúde em todo o mundo. Embora o Brasil tenha apresentado sinais de estabilidade no controle da doença, o Ministério da Saúde tomou uma medida preventiva importante ao instalar o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE-Mpox). Essa decisão se alinha à declaração de emergência internacional feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), refletindo a seriedade com que a doença deve ser tratada.
Instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde
O COE-Mpox foi instalado na sede da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), localizada em Brasília, no dia 15 de agosto de 2024. A cerimônia de instalação contou com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade, que destacou a importância de manter o estado de alerta em relação ao vírus, apesar da ausência de motivos para alarme.
A ministra reforçou a importância dos sistemas de vigilância e dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) na resposta à Mpox, reiterando que a situação atual exige vigilância contínua e adesão às recomendações disponíveis. Segundo Trindade, a colaboração entre as instituições e o monitoramento constante são fundamentais para lidar com essa emergência de saúde pública.
Atualização das Medidas de Vigilância e Prevenção
Durante a instalação do COE-Mpox, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, enfatizou que o Brasil possui uma vigilância sensível para a Mpox. Ela mencionou que as recomendações e o plano de contingência para a doença estão sendo atualizados, de forma a garantir uma resposta eficaz e preventiva.
A secretária também esclareceu sobre as cepas do vírus em circulação, destacando a presença de duas variantes na África. A cepa 1 da variante B, originária do Congo, tem gerado maior preocupação devido à sua alta transmissibilidade e à gravidade dos casos, especialmente entre crianças.
Histórico da Mpox e Ações do Ministério da Saúde
Desde a primeira Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional (ESPII) para a Mpox, o Brasil manteve a vigilância sobre a doença como uma prioridade. O Ministério da Saúde tem monitorado a situação global da Mpox e compartilhado informações com a OMS e outras instituições relevantes.
Em 2024, o Brasil registrou 709 casos confirmados ou prováveis de Mpox, um número significativamente menor em comparação aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da doença. Desde o início da pandemia, o país contabilizou 16 óbitos, sendo o mais recente em abril de 2023.
Vacinação contra a Mpox no Brasil
A vacinação contra a Mpox foi iniciada no Brasil em 2023, durante um momento de emergência de saúde pública. A Anvisa liberou o uso da vacina de forma provisória, priorizando a proteção de pessoas com maior risco de evolução para formas graves da doença. Desde então, mais de 29 mil doses foram aplicadas em todo o país.
A ministra Nísia Trindade esclareceu que não haverá vacinação em larga escala contra a Mpox. A estratégia de vacinação foi restrita a grupos vulneráveis, e os especialistas continuam a estudar a eficácia da vacina contra a nova cepa do vírus. Além disso, a ministra destacou as dificuldades na aquisição de imunizantes, devido à escassez na fabricação em massa.
Resposta Global e Nacional à Mpox
A OMS convocou seu comitê de emergência sobre a Mpox em resposta à disseminação de uma cepa mais mortal do vírus em quatro províncias africanas anteriormente não afetadas. Essa cepa, que havia sido contida na República Democrática do Congo, levantou preocupações globais devido à sua maior transmissibilidade e gravidade.
No Brasil, o Ministério da Saúde implementou diversas ações para enfrentar a Mpox desde 2023. Dentre essas ações, destaca-se a ampliação da capacidade de diagnóstico, com a implementação de testes moleculares em todos os 27 Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) e nos três laboratórios de referência nacional.
Além disso, foram promovidas oficinas sobre sistemas de informação e tratamento de pessoas vivendo com HIV/aids, além de cinco webinários nacionais. O Ministério da Saúde também produziu e divulgou diversas publicações sobre a doença, incluindo o plano de contingência, boletins epidemiológicos, protocolos e notas informativas.
O que é a Mpox?
A Mpox é uma doença causada pelo vírus mpox (MPXV), pertencente ao gênero Orthopoxvirus e à família Poxviridae. Trata-se de uma doença zoonótica, ou seja, que pode ser transmitida de animais para humanos. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio de:
- Contato direto com uma pessoa infectada pelo mpox vírus;
- Materiais contaminados com o vírus;
- Animais silvestres (principalmente roedores) infectados.
Os principais sinais e sintomas da Mpox incluem:
- Erupções cutâneas ou lesões de pele;
- Adenomegalia (linfonodos inchados);
- Febre;
- Dores no corpo;
- Dor de cabeça;
- Calafrios;
- Fraqueza.
Todas as pessoas que apresentarem sintomas compatíveis com os da Mpox devem procurar imediatamente uma unidade básica de saúde e adotar as medidas de prevenção recomendadas.
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Por: Redação www.acsace.com.br Fonte: Ministério Saúde