Saúde dos Agentes de Endemias em Destaque no G1

Fiocruz diz que agentes de carros do fumacê desenvolvem doenças graves por causa de aplicação

Imagem: Divulgação

Estudo revela impacto severo das substâncias químicas na saúde dos profissionais de combate a endemias

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizou um estudo extensivo que trouxe à tona uma realidade alarmante: os agentes de combate a endemias, especialmente aqueles que trabalham com os carros do fumacê, estão desenvolvendo doenças graves devido à exposição constante a substâncias químicas tóxicas. Entre as doenças identificadas estão doenças cardiovasculares, hipertensão, doenças respiratórias, depressão e cânceres. O estudo, que durou seis anos, revela que os profissionais estão sendo contaminados e sofrendo com o comprometimento significativo do sistema imunológico.

Principais resultados do estudo

O relatório da Fiocruz indica que centenas de agentes de saúde estão contaminados. A exposição contínua ao agrotóxico Malathion, utilizado no combate ao mosquito da dengue, é apontada como uma das principais causas dessas condições de saúde debilitantes. Além disso, o estudo destaca a presença de resíduos de DDT (Diclorodifeniltricloroetano) no sangue de metade das amostras testadas. Este pesticida, apesar de banido no Brasil há 30 anos, ainda mostra seus efeitos nocivos nos profissionais expostos.

Doenças relacionadas à exposição a pesticidas

Os dados apresentados revelam uma gama de doenças graves desenvolvidas pelos profissionais:

  • Doenças cardiovasculares: A exposição contínua a substâncias tóxicas pode causar danos ao coração e vasos sanguíneos.
  • Hipertensão: O contato com agrotóxicos está relacionado ao aumento da pressão arterial.
  • Doenças respiratórias: A inalação constante de produtos químicos pode levar a problemas respiratórios crônicos.
  • Depressão: A exposição a toxinas pode afetar o sistema nervoso, contribuindo para o desenvolvimento de distúrbios mentais.
  • Cânceres: A longa exposição a substâncias como o Malathion e DDT é um fator de risco significativo para vários tipos de câncer.

Discussão pública e medidas propostas

Na manhã de segunda-feira (10), uma audiência pública foi realizada no auditório da Escola Nacional de Saúde Pública, em Manguinhos, Zona Norte do Rio de Janeiro. Durante o evento, pesquisadores da Fiocruz, deputados e sindicatos que representam esses trabalhadores debateram os resultados alarmantes do estudo. Ariane Larintins, coordenadora do Centro de Estudos de Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Fiocruz, enfatizou a necessidade de abandonar o uso de produtos químicos nos métodos de combate a endemias.

"A utilização de fumacê e raticidas implica em manuseio de caldas venenosas. Na nossa pesquisa, observamos alterações hematológicas, neurológicas, lesões no DNA e alterações imunológicas. É um processo de longa exposição que necessita de uma revisão urgente", declarou Larintins.

Alternativas para o controle de endemias

A pesquisa sugere que o modelo atual de combate a endemias, que depende fortemente do uso de produtos químicos, deve ser substituído por abordagens mais seguras e sustentáveis. Recomenda-se uma maior ênfase na educação e saúde, com agentes de saúde visitando residências para ensinar a população sobre métodos eficazes de prevenção de doenças, reduzindo assim a necessidade de fumacê.

Ação legislativa e próximos passos

Deputados de três comissões (Saúde, Ciência e Tecnologia e Cumpra-se), responsáveis por fiscalizar o cumprimento das leis, estão articulando um novo projeto de lei com base nos dados apresentados pela Fiocruz. Este projeto visa regulamentar o uso de agrotóxicos e promover alternativas menos prejudiciais à saúde dos trabalhadores e da população em geral.

Importância da conscientização e prevenção

É fundamental aumentar a conscientização sobre os riscos associados ao uso de pesticidas na saúde pública. O estudo da Fiocruz serve como um alerta para a necessidade de mudanças nas políticas de controle de endemias, priorizando a saúde e segurança dos agentes de combate a endemias.

Confira na Íntegra a Audiência Pública Realizada Hoje


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Por: Redação acsace.com.br

Fonte: G1

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