Reforçando a Saúde Comunitária: Enfrentando as Arboviroses em Minas Gerais
A Urgência da Colaboração Municipal no Controle de Arboviroses
Eduardo Prosdocimi, o Subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, destaca a necessidade atual de atenção intensificada às arboviroses. O apoio e a participação dos municípios são fundamentais para combater o Aedes aegypti, o vetor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela. Essa urgência é amplificada durante o período sazonal, que vai de outubro a maio, exigindo vigilância redobrada, mobilização e medidas proativas contra arboviroses nos territórios.
Prosdocimi ressalta a importância dos esforços coletivos entre o estado, municípios e a população. Essa colaboração visa garantir que as ações e estratégias implementadas tenham impacto efetivo na prevenção e redução dos casos esperados. Os líderes municipais são instados a buscar o apoio da mídia local e estabelecer parcerias com escolas e comércios para disseminar informações cruciais aos cidadãos.
Empoderando Municípios: Ferramentas Estratégicas e Medidas Colaborativas
Prosdocimi detalha as ferramentas estratégicas disponíveis, como o Plano de Contingência, projetado para apoiar os municípios com sugestões de ações para diferentes cenários. A iniciativa inclui extensos programas de treinamento para profissionais de saúde, incluindo cursos sobre o manejo clínico adequado dos casos. Recursos significativos foram alocados para apoiar os municípios na implementação de ações eficazes, destacando a necessidade de esforços unificados para fornecer à população as melhores informações e tratamento.
Lúcio Alvim, Vice-Presidente do Cosems-MG, reforça o apelo à colaboração estratégica entre os líderes municipais. Ele enfatiza a importância da unidade entre Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes Comunitários de Endemias (ACE) para fortalecer as visitas e os esforços de combate ao mosquito.
Alvim afirma que as ferramentas estão disponíveis, e o sucesso agora depende do comprometimento de líderes, profissionais, agentes e de toda a população para se envolver ativamente nesses processos e alcançar resultados tangíveis em seus municípios.
Cenário e Perspectivas: Uma Visão Abrangente
Jaqueline Silva de Oliveira, Superintendente de Vigilância Epidemiológica da SES-MG, oferece uma visão abrangente do cenário nas últimas duas semanas de 2024, a perspectiva para arboviroses e os impactos nos municípios.
Até 15/1, foram notificados em Minas Gerais 13.384 casos prováveis de arboviroses (dengue, chikungunya e zika). Deste total, foram confirmados 3.983 casos de dengue e três óbitos estão em investigação. Já para Chikungunya, são 1.223 casos confirmados e um óbito confirmado em Sete Lagoas. Não há notificações de zika neste ano.
Em 2024, também não foi confirmado nenhum caso da febre amarela em humanos no estado. “É muito importante reforçarmos nossa atenção também para casos de epizootias, que é a morte de primatas, que podem estar relacionadas com febre amarela. Elevar as taxas de vacinação é a forma mais eficaz de prevenção contra a doença”, reforçou Jaqueline Silva.
A superintendente reiterou que as ações de prevenção e controle do mosquito transmissor das doenças são coletivas e destacou algumas estratégias importantes, como campanhas de conscientização na mídia e mobilização social; colaboração comunitária; monitoramento epidemiológico; limpeza e eliminação de criadouros; investimentos na infraestrutura urbana, como saneamento, drenagem pluvial e coleta de resíduos.
“Também há algumas ações individuais que fazem bastante diferença para impedir a picada do mosquito, como o uso de telas e mosquiteiros, uso de repelentes, vestuário adequado”, citou.
“Sabemos que a ocorrência dessas epidemias acometendo grande parte da população gera um grande impacto para a saúde pública e uma sobrecarga nos serviços de atendimento, mas não estamos isentos, também, do impacto econômico local”, concluiu ela.
Investimentos
Desde o ano de 2019, o estado de Minas Gerais já destinou mais de R$200 milhões aos municípios para fortalecer as atividades de vigilância e controle das arboviroses. Além disso, tem investido no desenvolvimento de inovações para o enfrentamento a essas doenças.
Em 2023, a SES-MG investiu R$15 milhões para que os municípios contratem o serviço de drones e, em 2024, serão mais R$ 16 milhões para o uso dos equipamentos que serão utilizados na identificação, monitoramento e tratamento dos focos e criadouros do Aedes aegypti, permitindo uma atuação mais direcionada e eficaz por parte das Secretarias Municipais de Saúde.
Até julho de 2024, serão repassados mais R$80,5 milhões, para ações de enfrentamento e mobilização. Os 47 municípios mineiros com mais de 80 mil habitantes receberão R$3,50 per capita. Já os 71 com população entre 30 mil e 80 mil moradores terão o aporte de R$2 per capita. Por outro lado, cada um dos 735 municípios do estado com até 30 mil habitantes receberá R$50 mil.
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Por: Redação acsace.com.br
Fonte SES-MG