Um ano e meio após agressão sofrida, torcedor do Brasil de Pelotas e agente comunitário de Saúde aguarda agendamento de procedimento, cujo prazo já foi superado em três semanas
A solicitação para agendar a operação foi feita em 28 de julho, conforme documento ao qual a reportagem teve acesso. O registro indicava uma média de espera de 97 dias, mas nesta sexta-feira (24), completaram-se 119 dias sem qualquer previsão. A Secretaria Estadual da Saúde (SES) é responsável pelo caso, com a intermediação da Secretaria de Saúde de Porto Alegre. A cirurgia está programada para ocorrer no Hospital de Clínicas, referência nesse tipo de procedimento na capital.
Ao entrar em contato com as duas secretarias, a SES afirmou em nota que, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), não pode fornecer dados sobre casos específicos. Porto Alegre informou que a situação de Rai "está em regulação pela SES".
No último mês, Rai passou por uma nova perícia médica, e o mais recente prazo de auxílio-saúde foi estendido por dois anos, até outubro de 2025. A incapacidade de trabalhar como agente comunitário de saúde acarreta problemas financeiros devido à redução do valor recebido devido aos descontos.
Rai lamenta a situação financeira, destacando a perda significativa de seu salário e a falta de vale-refeição. Ele ressalta as dificuldades financeiras, especialmente com um filho pequeno e a esposa grávida, mas expressa gratidão por estar vivo.
"O que está me arrebentando é que em licença saúde a pessoa ganha muito pouco. No meu caso estou perdendo 50% do salário e sem vale-refeição ainda. Só o vale-refeição é R$ 400. Estou perdendo mais de R$ 2 mil por mês", lamenta o torcedor xavante e Agente comunitário de Saúde em Pelotas.
Relembre o Caso
Se a cirurgia for realizada com sucesso, Rai poderá retornar ao trabalho após a emissão de um novo laudo médico do INSS. Atualmente, ele enfrenta dores para dormir e uma sensação de peso excessivo no abdômen devido à hérnia incisional complexa diagnosticada após procedimentos desde maio do ano passado.
O processo de investigação da conduta dos 17 militares envolvidos na ação após a partida entre Brasil de pelotas e São José continua na Justiça Militar. As rodadas de depoimentos foram adiadas a pedido da defesa dos réus, e dependendo das investigações, os militares podem enfrentar exoneração do serviço público e até prisão.
Fonte: Diário Popular