Câmara aprova ampliação da licença-paternidade para 20 dias com pagamento integral

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Câmara aprova projeto que amplia gradualmente a licença-paternidade para 20 dias

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Proposta avança para o Senado e prevê implantação progressiva ao longo de quatro anos

A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei nº 3935/2008, que amplia gradualmente a licença-paternidade de 5 para 20 dias, com remuneração integral. O texto, de autoria do Senado Federal, retornará para nova votação após modificações feitas pela Câmara.

A proposta estabelece que o aumento será implementado de forma progressiva: 10 dias durante os dois primeiros anos, 15 dias no terceiro ano e 20 dias no quarto ano de vigência da futura lei.

Fortalecimento familiar e envolvimento paterno

De acordo com o relator, deputado Pedro Campos (PSB-PE), o projeto é um avanço social importante.

“Entre os primeiros gestos de um Estado verdadeiramente humano está o de permitir que pais e mães possam acompanhar, de forma plena, o nascimento e os primeiros dias de seus filhos”, declarou.

Pesquisas citadas pelo parlamentar, como as da Fiocruz e do Unicef, apontam que o envolvimento paterno precoce está associado a maior adesão ao aleitamento materno, redução de doenças infecciosas e diminuição da depressão pós-parto.

Como será o novo modelo de licença-paternidade

O projeto prevê a implantação gradual do benefício, conforme o cronograma:

  • 1º e 2º ano de vigência: 10 dias de licença;
  • 3º ano: 15 dias;
  • 4º ano: 20 dias.

Além disso, em casos de criança com deficiência, o tempo será aumentado em 1/3.

A licença poderá ser dividida em dois períodos, a pedido do trabalhador, sendo o primeiro logo após o nascimento ou adoção, e o segundo até 180 dias depois.

Proteção contra demissão e estabilidade no emprego

Assim como ocorre com a licença-maternidade, o projeto garante proteção contra demissão sem justa causa durante a licença e até um mês após o término.
Caso o trabalhador seja demitido antes de usufruir o direito, receberá indenização de dois meses de salário.

O texto também prevê estabilidade mesmo quando o pai ainda não iniciou a licença, desde que já tenha informado o empregador sobre a previsão de início.

Quem paga o benefício e como será o custeio

Atualmente, as empresas arcam com os 5 dias de licença previstos na Constituição.
Com a nova lei, o salário-paternidade será pago pela Previdência Social, sendo reembolsado à empresa por meio de compensação nas contribuições sobre a folha de pagamento ao INSS.

Para micro e pequenas empresas, será permitida a compensação com qualquer tributo federal.
O trabalhador avulso, o empregado doméstico e o microempreendedor individual (MEI) receberão diretamente da Previdência Social.

Critérios e valores do salário-paternidade

O valor mínimo do benefício será de um salário mínimo, variando conforme a categoria:

  • Empregado doméstico: igual ao último salário de contribuição;
  • Segurado especial (sem contribuição facultativa): valor do salário mínimo;
  • Contribuinte individual ou facultativo: média de 1/12 dos 12 últimos salários de contribuição.

Condições especiais e direitos adicionais

  • Férias + Licença: o trabalhador poderá emendar férias com a licença, mediante aviso prévio de 30 dias.
  • Internação: em caso de internação da mãe ou do bebê, a licença será prorrogada.
  • Uniões homoafetivas: o benefício será concedido ao pai ou mãe não gestante, conforme entendimento do STF e do CNJ.
  • Registro sem mãe: o pai terá direito a 120 dias de licença, equivalente à licença-maternidade, se a mãe não constar no registro civil.

Meta fiscal e condicionamento da ampliação

A ampliação para 20 dias dependerá do cumprimento da meta fiscal do governo federal no segundo ano de vigência da lei.
Se a meta não for atingida, a ampliação para 20 dias será adiada até o segundo exercício financeiro seguinte.

Repercussão e opiniões no plenário

A proposta foi amplamente debatida. A bancada feminina defendeu a medida como instrumento de igualdade de gênero e equilíbrio familiar.

“A emancipação social passa pela autonomia das mulheres e pelo compartilhamento da responsabilidade também com os homens”, destacou a deputada Jack Rocha (PT-ES).

O deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ) afirmou que a medida é um avanço civilizatório, e o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) reforçou que “o cuidado parental deve ser igualitário”.

Já o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) alertou para o possível impacto financeiro nas pequenas empresas, pedindo equilíbrio entre os custos e os benefícios.

Impactos sociais e econômicos

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), políticas de conciliação entre vida profissional e familiar aumentam a produtividade e reduzem a rotatividade de funcionários.
Empresas que já adotam licenças paternas mais longas relatam melhor clima organizacional, retenção de talentos e maior engajamento dos colaboradores.

Um passo para o equilíbrio entre trabalho e família

A aprovação do projeto na Câmara representa um avanço histórico na valorização da paternidade ativa e no fortalecimento das famílias brasileiras.
O texto segue agora para o Senado Federal, onde será novamente apreciado.


Por: Redação www.acsace.com.br Fonte: Agência Câmara