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Fórum Saúde Ambiental 3 : Desastres Ambientais e seus Impactos na Saúde Local
No Brasil, aproximadamente 3 a cada 4 pessoas vivem em municípios com maior risco de desastres ambientais causados por chuvas. Esses fenômenos afetam diretamente a saúde coletiva, pois estão associados ao aumento de doenças, acidentes e à precarização das condições de vida da população.
De acordo com levantamento do governo federal (2023), 1.942 municípios, ou seja, 34,9% das cidades brasileiras, apresentam maior vulnerabilidade a eventos extremos, como alagamentos, inundações, enxurradas e deslizamentos de terra.
Exemplo 1 de Desastre Ambiental: Enchentes em Minas Gerais
Na região da Zona da Mata mineira, enchentes e alagamentos já ocorreram em períodos de chuvas intensas. Esses desastres ambientais impactaram a saúde da população ao provocar:
- Aumento de casos de doenças de veiculação hídrica, como leptospirose, diarreias infecciosas e hepatite A;
 - Acidentes domésticos e urbanos devido ao contato com a água contaminada;
 - Desabrigados expostos a situações de vulnerabilidade social e riscos de transmissão de arboviroses (como dengue, chikungunya e zika), por criadouros deixados após a enchente.
 
Ação Possível dos ACEs
Os Agentes de Combate às Endemias (ACEs) desempenham papel essencial em situações de desastre ambiental. Em casos de enchentes, por exemplo, algumas ações possíveis incluem:
1. Orientação da Comunidade
- Informar a população sobre os riscos de contato com água contaminada.
 - Incentivar o uso de água fervida, filtrada ou tratada com hipoclorito.
 
2. Vigilância em Saúde
- Realizar visitas domiciliares e identificar áreas com risco de proliferação de mosquitos após as enchentes.
 - Apoiar ações integradas de vigilância epidemiológica para monitorar casos suspeitos de doenças relacionadas ao desastre.
 
3. Apoio Intersetorial
- Colaborar com equipes da Defesa Civil e da Secretaria de Saúde na orientação e acolhimento das famílias atingidas.
 
Exemplo 2 de Desastre Ambiental: Incêndios Florestais no Pantanal
Um caso marcante ocorreu no Pantanal, em 2020, quando incêndios de grandes proporções devastaram a fauna, flora e comunidades locais. Esse desastre ambiental trouxe sérios impactos à saúde da população:
- Problemas respiratórios, como crises de asma, bronquite e agravamento de doenças pulmonares crônicas devido à inalação da fumaça;
 - Estresse psicológico e ansiedade entre moradores atingidos;
 - Contaminação da água em algumas regiões, prejudicando o consumo seguro;
 - Migração de animais silvestres para áreas urbanas, aumentando riscos de acidentes e zoonoses.
 
Ação Possível dos ACEs
O papel do Agente de Combate às Endemias (ACE) diante desse tipo de desastre envolve tanto a prevenção quanto o apoio emergencial. Algumas ações incluem:
1. Educação em Saúde
- Orientar a comunidade sobre cuidados com a saúde respiratória durante períodos de fumaça intensa (uso de máscara, manter janelas fechadas, hidratação adequada).
 
2. Vigilância Ambiental e Sanitária
- Monitorar a qualidade da água e orientar famílias sobre o tratamento com hipoclorito.
 - Realizar busca ativa de focos de vetores em locais próximos, já que a alteração ambiental pode favorecer criadouros.
 
3. Apoio Intersetorial
- Colaborar com equipes de saúde e meio ambiente no atendimento às famílias afetadas.
 - Apoiar ações de vigilância epidemiológica no registro de problemas respiratórios.
 
Exemplo 3 de Desastre Ambiental: Rompimento da Barragem em Brumadinho (MG)
Em janeiro de 2019, o rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG) liberou milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração. Esse desastre deixou centenas de mortos e desaparecidos, além de impactos profundos no meio ambiente e na saúde pública.
Os principais problemas de saúde observados foram:
- Contaminação da água por metais pesados, prejudicando o consumo humano e animal;
 - Aumento do risco de doenças de veiculação hídrica, como diarreias infecciosas e hepatite A;
 - Impactos na saúde mental, como depressão, ansiedade e estresse pós-traumático entre os moradores;
 - Perda de moradias e meios de subsistência, afetando a saúde social e comunitária.
 
Ação Possível dos ACEs
Diante de um desastre desse porte, os Agentes de Combate às Endemias (ACEs) poderiam contribuir com ações de prevenção e vigilância em saúde, tais como:
1. Orientação da População
- Informar sobre os riscos do consumo de água não tratada.
 - Reforçar medidas de higiene pessoal e doméstica.
 
2. Vigilância Epidemiológica
- Apoiar equipes de saúde na identificação precoce de casos de doenças transmitidas pela água.
 - Realizar monitoramento em áreas de risco para evitar surtos.
 
3. Ações Comunitárias
- Colaborar em campanhas de prevenção contra arboviroses, já que áreas de rejeito e destruição podem favorecer criadouros de mosquitos.
 - Apoiar ações educativas sobre saúde mental e cuidados básicos com a comunidade afetada.
 
Os desastres ambientais representam uma ameaça constante à saúde pública no Brasil. O papel do Agente de Combate às Endemias vai além do controle vetorial: envolve também a educação em saúde, vigilância ativa e apoio comunitário em momentos de crise.
Dessa forma, os ACEs se tornam agentes transformadores, contribuindo para minimizar os impactos dos desastres e proteger a vida da população.
